Os Descendentes

  
Título Original: The Descendants
País/Ano: EUA/2012
Direção: Alexander Payne
Roteiro: Alexander Payne, Nat Faxon e Jim Rash
Elenco: George Clooney, Shailene Woodley e Amara Miller
Estreia no Brasil: Janeiro de 2012



Continuando da mesma forma que tratei o primeiro parágrafo da última crítica, eu não entendo onde a Academia está com a cabeça ao superestimar Os Descendentes. Não que o filme seja ruim, ou mal produzido, ou mal interpretado ou qualquer coisa desse tipo, mas é que ele é normal e bem feito como muitos outros. E não sei de onde tiraram a "magnífica atuação de Clooney". Certamente ele é um ator (e diretor) que tem surpreendido ao longo de sua carreira, e é justamente por isso que este não é seu melhor trabalho como ator. 

Matt King (Clooney) é um homem bem sucedido que mora no Hawaii mas não desfruta da melhor vida como imaginaríamos. Sua esposa está em coma devido a uma acidente de barco e ele não consegue lidar com suas filhas Scottie (Miller) de 10 anos e Alexandra (Woodley), 17, que tem problemas com drogas. Para piorar Matt descobre que estava sendo traído e simultaneamente tem que lidar com a pressão na venda de uma propriedade familiar muito valiosa que afetará todo o estado, culturalmente e comercialmente.

Clooney consegue construir bem a figura do esposo inseguro e perdido no meio do relacionamento com suas filhas. Seu correr desajeitado e seu olhar assutado contribuíram muito para visualizarmos um adulto normal. Mas ainda sim, é o velho Clonney de sempre, não há um destaque maior. Enquanto isso, a direção e o roteiro de Alexander Payne (co-escrito com Nat Faxon, Jim Rash e baseado no livro de Kaui Hemmings) falha por querer colocar um humor trágico na difícil vida dos personagens (não encontramos razão por exemplo, para entender a presença de Sid, o mais cômico, já que nunca fica claro um verdadeiro afeto pela sua amiga Alex).

Os acertos técnicos do filme vêm do trabalho fotográfico de Papamichael e dos excelentes planos de direção adotado por Payne que, juntamente com a direção de arte de Kirkpatrick, contrapõe a maravilhosas paisagens do Hawaii e o estilo tranquilo dos moradores locais com os profundos problemas da família de Matt, sendo eficiente ao mostrar que dinheiro e sucesso profissional não é sinal de bem estar (clichê, mas é essa a mensagem principal o longa).

Dessa forma,  Os Descendentes, mesmo não sendo de um todo superficial, não consegue também expor uma visão inovadora sobre o seu tema clichê. É salvo pela boa produção e boa atuação do elenco em geral, mas nem sequer chega perto de tudo o que se falou sobre este filme. Ele é mais um que não seria indicado ao Oscar em uma lista mais curta (leia-se adequada) de melhores filmes do ano.

Trailer:


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