Kick-Ass 2

Título Original: Kick-Ass 2
País: EUA
Direção: Jeff Wadlow
Roteiro: Jeff Wadlow
Elenco Principal: Aaron Taylor-Johnson, Chlöe Grace Moretz, Christopher Mintz-Plasse e Jim Carrey
Estreia no Brasil: Outubro de 2013


Quando a onda de filmes baseados nos heróis dos quadrinhos já estava bem estabelecida no cinema, surgiu Kick-Ass. Uma história original, imprevisível, inteligentemente engraçada e muito bem adaptada às telonas pelo diretor Matthew Vaughn. A sequência aparece três anos depois, com o roteiro e a direção sob o comando de um novato no ramo. O resultado é pobre e decepcionante para quem conheceu e gostou daquelas personagens politicamente incorretos em 2010.

O roteiro traz uma New York com centenas de cidadãos que, uma vez inspirados por Dave/Kick-Ass (Taylor-Johnson), se fantasiam e fazem ronda nas ruas à noite, tentando trazer segurança à sociedade. Dave, que até então havia abandonado seu papel de super-herói, decide voltar à ativa mesmo sem a companhia de Hit-Girl (Moretz), juntando-se ao grupo intitulado Justiça Para Sempre, liderado pelo ex-mafioso e cristão convertido, Coronel Estrelas e Listras (Carrey). Enquanto isso, Chris D'Amico (Mintz-Plasse) decide se tornar um vilão  e recruta vários bandidos de todos os lugares para capturar Kick-Ass e vingar a morte de seu pai.

O resumo da história é, de certa forma, está bem estabelecido. Não há muito o que se esperar, e a vingança do antigo Red Mist era uma continuação natural. Isso não é o problema maior uma vez que a força da franquia sempre esteve nas personagens que a compõe e na maneira como eles desenvolvem suas ações. E foi justamente este o ponto que o roteiro desfavoreceu, incluindo historinhas paralelas patéticas, na tentativa de explorar um lado das personagens que não lhes caem natural. Mind mudar sua atitude sem muita resistência, tentando cativar os populares de sua escola, é no mínimo não coerente com sua natureza.

Mais que isso, nessa estratégia, personagens ganham certa atenção na narrativa e depois se vão sem qualquer importância, dificultando a simpatização do espectador com os protagonistas, já que todas as tentativas de se criar uma base emocional são facilmente abandonadas posteriormente.

O que acaba sendo destaque é a atuação, curta, de Jim Carrey, vivendo o violento e religioso organizador da pequena liga de cidadãos-heróis. Nesse ponto, o roteiro até ajuda a construção dessa personagem, criando uma certa dúvida sobre a verdadeira natureza da iniciativa de Sal. Isso, somado ao jeito introspectivo de Carrey, que contém sua excessividade, cria uma figura enigmática que nos conquista mais que Kick-Ass, Hit-Girl ou The Motherfucker.

Inicialmente, Mark Millar (o autor dos quadrinhos) espera produzir um terceiro e último longa para a franquia, dependendo do sucesso ou insucesso deste trabalho. Caso ocorra, pode ser que consigam salvar este interessante, e contemporâneo, super-herói.


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