Obsessão

Título Original: The Paperboy
País: EUA
Direção: Lee Daniels
Roteiro: Pete Dexter e Lee Daniels
Elenco Principal: Nicole Kidman, Zac Efron, Matt McConaughey e John Cusack
Estreia no Brasil: Outubro de 2013



O diretor indicado ao Oscar com o longa Preciosa, apresenta seu novo trabalho, uma interessante criação. No entanto, não se vê polêmicas ou provocações aqui, mas sim um violento universo que, infelizmente, é explorado de maneira confusa e sem um objetivo claro.

O repórter investigativo, Ward Jansen (McConaughey), junto com seu parceiro Yardley Acheman (Oyelowo), volta à sua cidade natal, no interior da Flórida, para solucionar um caso mal resolvido que levará o acusado de matar o xerife local à morte. Com a ajuda de seu irmão mais novo Jack (Efron) e de Charlotte Bless (Kidman), uma tiete correspondente do detento, o par de jornalista tenta provar que na verdade a condenação de Hillary Van Wetter (Cusack) foi forjada.

Embora a história seja muito atraente para o desenvolvimento de um belo roteiro, não é o que vemos na tela, já que a narrativa toma como peça principal o menos interessante dos personagens. Vemos então uma espécie de promoção visual do Disney-boy Zac Efron. Além do mais, a história não tem um desfecho sequer conclusivo sobre o que veio contar.

O carro chefe do longa são as atuações, sem dúvida. Um trio de personagens únicos e envolventes. Nicole Kidman, ainda que com a plasticidade que não lhe abandona mais a face, e a quase prostituta Charlotte. Matt McConaughey, um ator sub valorizado, com os discursos incisivos de Jansen. E John Cusack que constrói o melhor de todos os personagens, o instável e psicótico caçador de jacarés Hillary.

Ainda sim, todo o empenho dessa gama de atores não é suficiente para conduzir bem o filme. A direção não é capaz nem de elaborar bons planos, bem enquadrados, nem de conduzir a história de uma forma atrativa. São um amontoado de eventos que se alinham um após o outro. Lee Daniels parece querer alcançar o patamar dos diretores que elaboram cenas inesquecíveis, dando ênfase excessiva aos detalhes físicos de certas cenas (como a do ataque de águas marinhas, ou da relação sexual mental). Isso acaba deixando a própria questão que está sendo investigada de lado.


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