Ouro

Título Original: Gold
País: Alemanha
Direção: Thomas Arslan
Roteiro: Thomas Arslan
Elenco Principal: Nina Hoss e Marko Mandic
Estreia no Brasil: Sem data prevista
(Crítica escrita durante o Festival de Cinema do Rio 2013)


Nos últimos cinco anos do século XIX, a descoberta de ouro na região de Klondike, no noroeste do Canadá, estimulou a migração de cerca de 100.000 esperançosos em busca de uma vida mais promissora. O caminho se mostrou o principal obstáculo, entre 30% e 40% chegaram até os locais de extração e aproximadamente somente 4.000 encontraram ouro. O novo longa do alemão Arslan explora a dificuldade geográfica que representava o local e consegue mostrar que havia algo a mais que a simples ganância motivando o homem a desbravar o mundo à sua volta.

O roteiro narra uma dessas viagens feita por um grupo de imigrantes alemães, todos desconhecidos, que ambicionam chegar até a cidade de Dawson para iniciar os trabalhos de garimpo. Principiando-se tranquila, a travessia torna-se uma tormenta através de terras desconhecidas e selvagens quando o guia responsável se vê perdido e incapaz de levar os peregrinos até o destino final. Começa então uma batalha entre os limites físicos e emocionais do ser humano contra a esperança de uma nova vida.

A direção de Arslan se aproxima do estilo épico dos faroestes antigos adicionando elegância e beleza à sua condução da narrativa. Não estamos diante de um bang-bang, nem de uma caçada ardilosa (como o filme erroneamente sugere se tornar), mas de uma exaltação à uma época onde o homem explorou o mundo novo e fortemente foi influenciado pelo ambiente que lhe rodeava.

Dessa forma, apesar de termos em Emily (Hoss) a heroína do longa, ela é apenas uma parte, central, de um protagonista maior que é o grupo por si só. E o tema central fica então concentrado nas reações de cada um desses passageiros diante das adversidades que os afastam de seus sonhos.

No entanto, a utilização constante do fade in e fade out para simular a passagem do tempo nesta longa viagem é até sábia, mas a maneira como é feita, com a quebra brusca da trilha sonora e do plano visual, acaba por não permitir que o espectador absorva por completo as emoções que estão sendo retratadas ali.

Eficiente no propósito a que veio, Ouro se torna, além de uma homenagem aos Westerns lendários, uma clara evidência de que o estilo pode ressurgir com uma proposta totalmente nova e atual.


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