Tim Maia

Título Original: Tim Maia
País: Brasil
Direção: Mauro Lima
Roteiro: Mauro Lima e Antônia Pellegrino
Elenco Principal: Babu Santana, Robson Nunes e Cauã Reymond
Estreia no Brasil: Novembro de 2014



Tim Maia foi um músico irreverente e uma pessoa que caracteriza como nunca a famigerada malandragem carioca. Seu jeito impulsivo o levou à viver inúmeras façanhas e à decadência, mas a um sucesso que só anda de mãos dadas com o talento. O longa de Mauro Lima é bem essa festa que era Tim, mas também é uma decadência que não faz jus ao cantor nem explora o dom que ele carregava consigo.

O roteiro é baseado tanto na biografia escrita por Nelson Mota (Vale tudo - o som e a fúria de Tim Maia, editora Objetiva), e no livro de Fábio (Até parece que foi sonho: meus trinta anos de amizade e trabalho com Tim Maia, editora Matrix), vivido por Cauã Reymond, que assume a narrativa em off do filme.

A primeira parte contém um pequena apresentação do jovem Tim (Nunes) que se encerra com uma sequência de créditos que anuncia o que está por vir. O diretor investe na construção da base de seu personagem Tim com humor e um temperamento forte e explosivo, relatando a busca por uma oportunidade no mundo da música mas sem focar, um minuto sequer, em algum traço musical próprio do protagonista. A própria viagem aos EUA só surge como mais uma alucinante aventura, deixando de explorar como Tim sofreu toda a influência da música norte americana.

Quando emplaca seu primeiro LP, Lima não só deixa o ritmo cair como também não muda sua receita, detém-se apenas a narrar cenas e mais cenas de festas e exageros, enquanto a genialidade musical de Tim (agora vivido por Santana) só surge nas frases faladas por Fábio. A falta de profundidade parece pegar o próprio diretor de surpresa, que no último ato corre, praticamente salta, para dar um desfecho à história com o famoso show que nunca aconteceu no Teatro Municipal de Niterói.

Há traços fortes na projeção que descrevem bem o cantor. As origens tijucanas de Tim estão em todos os aspectos dos personagens construídos por Nunes e Santana. Mesmo o humor, que rouba a cena ao longo de quase todo o filme, tem efeitos positivos por não deixar o tédio tomar conta da sala do cinema.

Por fim, o longa dá a Tim Maia uma entrada grandiosa, mas o tira do palco pela porta dos fundos, sem lhe ceder um final digno de um dos maiores músicos do Brasil.


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